segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Não posso deixar - Por Luciana Costa

Passei uns dias fora, mas, para compenssar escrevi alguns textos e vou começar a postar para vocês. Espero que gostem! Lembrando que todos as prosas depois irão para Palavras Vivas em Prosa.


Não posso deixar



Shhh!  Shhh!  Pow! Pow!
− Feliz ano novo!
− Feliz ano novo!
Todos se confraternizando, eis que acaba de nascer um ano novo. Mas, para mim, apenas mais uma data sem significância nenhuma.
Vestida de branco como manda a tradição, pés descalços na areia e a água a banhar meus pés.
Estão todos distraídos, muitas mãos para apertar, muitos abraços para compartilhar. Eu fujo das aglomerações.
A noite está fresca e o vento acaricia meu rosto, brisa morna em meu corpo.
Sinto uma companhia distante, olho e vejo um casal de namorados entrando no mar, discutindo se seriam seis ou sete ondas que teriam que pular.
Continuo caminhando, olhando para a lua. Seu brilho hoje particularmente está admirável. Abro os braços como se fosse possível abraçá-la.
Não faça isso. Ou vão pensar que a lua esta se transfigurando em uma mulher.
O que você quer Caio?
Você minha doce Ana.
Sabes que nós acabamos... e não tem como reiniciarmos.
Por quê? Sabes como te amo. E sei que me amas também...
Agora não podemos... somos diferentes demais...
As diferenças são qualidades, imagine um mundo cheio de cópias?
Seria detestável, principalmente se fossem como você.
Rsrsrs, acredito que poderíamos dizer que seria... tolerável.
Rsrsrs, você não tem jeito!
Tenho sim, você.
Sabes que não é tão fácil...
Trégua! Ano novo!
Sabes que comigo isso não cola.
Eu sei, é por isso que eu te amo.
Então o que sugeres?
Rsrsrs, quer mesmo saber?
Se perguntei.
Quero fazer amor com você aqui.
Rsrsrs, nem pensar!
Ok. Você me perguntou e eu falei.
Certo. Vou voltar para a festa.
Não! Fique aqui comigo mais um pouco.
Não temos o que falar, acabou tudo...
Sabes que te amo, não consigo ir, eu ainda te amo demais.
Eu também não consigo te esquecer e também não quero que vás mas...
Então? Por que vamos ficar separados?
Porque sei que não fazemos bem um para o outro.
Fazemos... quer ver...
Ele começou ame beijar minha boca, seus lábios eram quentes e úmidos como eu sempre lembrei. Suas mão começaram a passear pelos meus cabelos e desceram pelas minhas costas. Meu fôlego se acelerava a cada investida de sua língua na minha. Com cuidado e carinho ele me deitou na areia e cobriu meu corpo com o dele.
A luz da lua refletia seus cabelos louros, meus dedos se emaranhavam em seus cachos dourados.
E ali, totalmente vestidos, mas completamente desnudos nos amamos. Abri meus olhos depois de uma explosão orgásmica, olhei em seus olhos e o beijei. Ficamos deitados nos recuperando da sessão de amor.
O som da festa havia diminuído sinais claro que daqui a pouco era hora de retornar.
Passos na areia...
Ana!
Longe olho e vejo Matheus, meu irmão.
Oi! Aqui! Estou aqui, ou melhor, estamos aqui! – sorri e abracei mais forte Caio, ele em resposta me prendeu mais junto a ele.
Com cara de espanto Matheus me falou:
Estamos? Quem Ana? Você está só.
Não! Caio está aqui comigo. – soltei os braços de Caio.
Ana, por favor, pare com isso! Ele não está aqui com você! Ele não pode estar aqui!
Não! Ele está!
Ana, Caio morreu fazem 4 meses, ele não pode estar aqui.
Olhei para o lado e não vi mais nada, ele tinha ido.
Abracei meu irmão e chorei: por ter perdido o Caio, por ter sobrevivido àquele maldito dia e principalmente porque sei que não posso deixar de amá-lo.

Luciana Costa – 21/11/2012.

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